"Nada torna, nada se repete, porque tudo é real."
*Alberto Caeiro

terça-feira, maio 29, 2007

a noite é povoada por fantasmas.
réplicas de corpos que já nos pertenceram.
mãos que se afastam das sombras das paredes.
não pretendo asfixiar a ausência
cobrindo-me com lençóis e cobertores,
mantas de retalhos fotográficos.
queimo o incenso.
embacio os olhos na leitura dos livros de cabeceira.
ensaio uma letra e depois outra.
tenho demasiado prazer nesta solidão.
de agora em diante, não te aproximes sem pedires licença.
a nossa relação é um naipe de espadas
e nenhuma te atinge o peito.
já não sei se te aguardo,
se te adio indefinidamente.
como pedir-te que fiques
se nunca deixaste de ser luz de presença intermitente?

1 comentário:

Magnólia disse...

Há fantasmas que teimam em se manterem presentes...

Ontem foi:

About me:

A minha foto
a entropia é a minha religião. alterno a leitura da bíblia com a interpretação de mapas e mãos. bebo, preferencialmente, azul. tenho, ainda, o hábito de escrever cartas_

Sopra-me ao ouvido: