"Nada torna, nada se repete, porque tudo é real."
*Alberto Caeiro

quinta-feira, outubro 26, 2006

"Mais dois, três livros e pararei"

(...) e regressava ao caixão para estender-se nele, o arbusto de groselha iluminava o muro e anulava-se em seguida, ao iluminar o muro um tijolo despontava do reboco e adivinhava-se o postigo da arrecadação em que uma panela eléctrica avariada e cebolas que grelaram, a minha filha de volta a casa comigo, dois passos meus, três passos dela, um cachorro a farejar memórias e a minha filha a puxar-me a saia
- O bicho vai morder-nos mãe
até as memórias (...)

António Lobo Antunes, pre-publicação, Ontem não te vi em Babilónia, JL

2 comentários:

Anónimo disse...

A escrita desse homem vai por aí fora e por aqui dentro e tem o efeito de um ancinho.

ana c. disse...

em pre-publicação no DNA:

"quem habitou antes de nós neste sítio, passeou pelo corredor e ocupou o quarto, herdámos o pomar mais ou menos vivo na altura isto é uma romã a soltar-se de um galho e a explodir no chão, flores
(não túlipas como eu gosto porém flores mesmo assim)"

...

é mais forte a escolha do DNA e mais extensa também mas não tinha a revista comigo há pouco e a vontade de falar deste livro era tanta que não consegui esperar.

Ontem foi:

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a entropia é a minha religião. alterno a leitura da bíblia com a interpretação de mapas e mãos. bebo, preferencialmente, azul. tenho, ainda, o hábito de escrever cartas_

Sopra-me ao ouvido: